A Liberdade guiando o povo ( La Liberté guidant le peuple) por EUGÈNE DELACROIX
1831
EUGÈNE DELACROIX
A Liberdade guiando o povo
Óleo sobre tela (2,60m x 3,25m)
Museu do Louvre, Paris
Ala Denon, 1° andar, sala 700
Em 2 de julho de 1830, Charles X (1757-1836) emitiu uma série de ordens suspendendo liberdades civis, particularmente a liberdade de imprensa.
Esses atos levaram à Revolução de 1830 e a três dias de tumulto, em 27, 28 e 29 de julho, que ficaram conhecidos como "Trois Glorieuses" (Três Gloriosos [Dias]). A insurreição popular derrubou último da linha dos Bourbons: o primo de Charles, Luís Filipe, duque de Orleans (1773-1850)
o sucedeu como rei da Franca, instituindo uma monarquia parlamentar.
Eugène Delacroix (Charenton-Saint-Maurice, 1798-Paris, 1863) testemunhou esses eventos. Profundamente tocado, ele pintou essa obra alegórica. Para reforçar o significado simbólico da pintura, Delacroix combinou uma versão altamente realista da Notre-Dame de Paris e das
casas próximas a ela com uma vista imaginária dominada por uma figura alegórica guiando o povo de
Paris para um mundo novo e ideal. Sua intenção não era representar um evento real, mas compor um lema universal de liberdade, simbolizado por uma mulher vestindo um chapéu frígio e brandindo a bandeira tricolor da França. Ela está acompanhada de um garoto e um grupo revolucionário que estão visualmente ligados por um trabalhador ferido cujo corpo esta esparramado na parte de baixo da pintura. "Eu trouxe um assunto moderno, uma barricada, e embora eu possa não ter lutado por meu país, ao menos eu pintei por ele", escreveu Delacroix para seu irmão em 1830. A representação da liberdade como uma mulher moderna foi totalmente diferente dos padrões estéticos da época (seus pêlos nas axilas foram considerados uma ofensa), mas é uma das mais poderosas imagens da França do século XIX. A cena cheia de movimento: a composição piramidal contém e enfatiza a emoção apaixonada alimentada pelo espirito vitorioso que encoraja os combatentes a irem adiante. Essa representação da mulher também evoca a escultura clássica. A pintura incorporou o entusiasmo
romântico e revolucionário da era e impactou toda a Europa. Delacroix tinha amigos na realeza e em círculos aristocráticos, mas se dedicava à causa da liberdade e foi considerado o maior defensor do movimento romântico.
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