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"O nascimento de Vênus" *editado (La nascita di Venere *edited) por Sandro Botticelli

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  1484 Sandro Botticelli Na visão simbólica, O Nascimento de Vênus representa o despertar da alma humana, que emerge pura e verdadeira do mundo material (as águas), conduzida pelas forças sutis da natureza e do espírito (os ventos) rumo à terra, onde será acolhida pela ordem cósmica e moral (as estações). Vênus simboliza a beleza interior que nasce quando a alma reconhece sua origem divina e busca, através da virtude, da verdade e do bem, realizar sua evolução. A pintura é, assim, uma alegoria da jornada filosófica do ser humano em direção ao autoconhecimento e à harmonia com o cosmos. Fontes do texto e imagem e vídeo: Meisterdrucke

Como argila

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  Já pararam pra ver algum vídeo de pessoas manipulando argila?  Sempre quando os assisto, fico impressionada em como a mesma massa pode ser tantas coisas, e fico imersa em meus pensamentos, imaginando que nossa vida é tão moldável quanto esse pedaço argila. Podemos dar a forma que quisermos a ela, só não sabemos muito bem qual a forma que queremos ter; daí ficamos perdidos, mudando a todo momento. Uma hora estamos compactados, guardando toda uma potência, mas passando pela vida como se estivesse dormente. Em outros momentos, somos um prato raso, vivendo a superfície das coisas e vivendo coisas momentâneas. Já quando estamos mais despertos e conscientes da nossa potência, somos potes fundos, aproveitando o máximo das experiências que a vida nos proporciona, com espaço para guardar todos os aprendizados de forma duradoura. Podemos ser também esculturas que aparentemente não é tão útil, mais que levam beleza e carregam consigo ideias através do tempo. Me preocupa ter essas perce...

A consagração do imperador Napoleão e a coroação da imperatriz Josefina em 2 de dezembro de 1804 (The Consecration of the Emperor Napoleon) por Jacques-Louis David

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1806 - 1807 JACQUES-LOUIS DAVID A consagração do imperador Napoleão e a coroação da imperatriz Josefina em 2 de dezembro de 1804 Óleo sobre tela (6,21m x 9,79m)  Museu do Louvre, Paris  Ala Denon, 1° andar, sala 702 Esta tela imensa representa um momento crucial na coroação de Napoleão Bonaparte, em 2 de dezembro de 1804, na Catedral de Notre-Dame de Paris. Coroado - como os imperadores romanos - com um diadema de folhas de louro douradas, Napoleão está prestes a colocar a coroa imperial na cabeça de sua esposa Josefina. O Papa Pio VII pode ser visto à direita, com sua mão erguida em sinal de benção. Jacques-Louis David (Parıs, 1748- Bruxelas, 1825) estava presente na cerimônia durante a qual teve a oportunidade de retratar muitos dos convidados, chegando a incluir sua própria imagem no centro da galeria, olhando a cena do alto, a esquerda. David.se inspirou na Coroaçao de Maria de Médici, do pintor flamengo Peter Paul Rubens apresentando uma longa fileira de personagens organ...

O concerto pastoral (Le Concert champêtre) por Ticiano

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  c. 1509 TICIANO O concerto pastoral Óleo sobre tela (1,05m x 1,37m)  Museu do Louvre, Paris  Ala Denon, 1° andar, sala 711 O assunto exato dessa pintura permanece sendo um mistério. Talvez seja a alegoria de uma poesia, cujos símbolos - a flauta e a água fresca - são apresentados por duas figuras femininas nuas. No início do século XVI, em Veneza, havia uma preferência difundida de combinar os mundos material e espiritual na mesma dimensão artística. Essas musas devem existir exclusivamente na imaginação dos dois homens a quem elas inspiram. Ou talvez o tema seja a “Arcádia mítica” e lendária Era de Ouro amada por humanistas renascentistas. Esses filósofos acreditavam que era possível recuperar a noção de paraíso perdido pela imersão no mundo natural e na vida bucólica. O jovem com o alaúde pode ser um desses nobres refinados, que se refugia em um cenário pastoral, com suas fontes clássicas de inspiração poética e musical. Em qualquer caso, a obra é notável pela atmosf...

A Liberdade guiando o povo ( La Liberté guidant le peuple) por EUGÈNE DELACROIX

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  1831 EUGÈNE DELACROIX A Liberdade guiando o povo Óleo sobre tela (2,60m x 3,25m)  Museu do Louvre, Paris  Ala Denon, 1° andar, sala 700 Em 2 de julho de 1830, Charles X (1757-1836) emitiu uma série de ordens suspendendo liberdades civis, particularmente a liberdade de imprensa. Esses atos levaram à Revolução de 1830 e a três dias de tumulto, em 27, 28 e 29 de julho, que ficaram conhecidos como " Trois Glorieuses" (Três Gloriosos [Dias]). A insurreição popular derrubou último da linha dos Bourbons: o primo de Charles, Luís Filipe, duque de Orleans (1773-1850) o sucedeu como rei da Franca, instituindo uma monarquia parlamentar. Eugène Delacroix (Charenton-Saint-Maurice, 1798-Paris, 1863) testemunhou esses eventos. Profundamente tocado, ele pintou essa obra alegórica. Para reforçar o significado simbólico da pintura, Delacroix combinou uma versão altamente realista da Notre-Dame de Paris e das casas próximas a ela com uma vista imaginária dominada por uma figura alegórica ...

Peregrinação à ilha de Citera (Pilgrimage to Cyther) por Jean-Antoine Watteau

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  1717 JEAN-ANTOINE WATTEAU Peregrinação à ilha de Citera Óleo sobre tela (1,29m x 1,94m)  Museu do Louvre, Paris  Ala sULLY, 2° andar, sala 917 Em uma fila sinuosa, caminham rumo ao barco de proa dourada atracado logo abaixo. À direita, há um busto da deusa Vênus, encoberto por um bosque denso, que rege os deleites amorosos. Os pertences da divindade d a divindade - uma aljava e um arco - estão base da estátua. Pequenos cupidos enchem o céu; um deles segura uma tocha que simboliza o amor romântico. Jean-Antoine Watteau (Valenciennes, 1684-Nogent-sur Marne, 1721) submeteu essa pintura como uma prova acadêmica para se qualificar como membro da Academia Real de Pintura Escultura em 1717. A obra inaugurou O gênero conhecido como "fetê galante". A pintura mostra amantes embarcando para ilha de Afrodite, Citera, famosa por seus redutos românticos. A ilha conhecida na literatura como um refugio idílico de amor e prazer. O artista não esta tentando contar uma história es...

A inspiração do poeta (The inspiration of the poet) por Nicolas Poussin

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  c. 1630 NICOLAS POUSSIN A inspiração do poeta Óleo sobre tela (1,83m x 2,13m)  Museu do Louvre, Paris  Ala Richelieu, 2° andar, sala 826 Apolo, o Deus da luz, da poesia e da música domina o centro dessa obra. Ele identificado por sua lira, o instrumento musical por excelência do poeta grego clássico. A musa Calíope está à esquerda; ela é o espírito da eloquência e da poesia épica. À direita, um poeta (talvez o autor romano Virgílio), escreve em uma tábua, inspirado pelo patrono divino das artes. No chão, aos pés do deus, estão os textos encontrados na literatura clássica: a Ilíada e a Odisseia , do poeta grego Homero, e a Eneida , do romano Virgílio. O significado exato dessa pintura permanece um mistério. Talvez seja uma evocação idílica da inspiração artística ou uma tentativa de descrever as artes da poesia e da pintura no mesmo nível de prestígio. Todos os detalhes pictóricos são tirados de fontes clássicas. A luz dourada do sol poente ilumina as formas, e a e...